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SÃO PAULO, 29 de outubro de 2019
SÃO PAULO, 29 de outubro de 2019 /PRNewswire/ -- Em uma ação conjunta com a BigData Corp, o Movimento Web para Todos avaliou qual seria a experiência de navegação na web das pessoas com deficiência no País. E descobriu que, dos 14 milhões de sites brasileiros ativos, menos de 1% passou nos testes de acessibilidade. No caso dos sites governamentais, esse percentual cai para 0,34%. A maioria dos endereços on-line do País, ou 93,79%, encontra-se em uma zona cinzenta: apresentou falha em algum dos testes realizados, mas pontuou positivamente em outros.
Foram realizados testes em vários elementos das páginas web para verificar algumas das barreiras de navegação que as pessoas com deficiência enfrentam. Por fim, foram contempladas, ainda, questões técnicas, como problemas nos formulários, links, imagens apresentadas e nos frames, como vídeos de canais do YouTube em páginas. Entre as validações realizadas, foram adotadas as aplicadas pelo validador de markup (HTML) automático criado pelo World Wide Web Consortium (W3C), entidade referência de padrões a serem seguidos na web. Este estudo também contou com o apoio técnico do Ceweb.br, Centro de Estudos sobre Tecnologias Web do NIC.br, que tem entre suas atribuições disseminar conhecimento sobre acessibilidade na web.
"Esse resultado reflete o ciclo de invisibilidade de décadas de uma população estimada em 45 milhões de brasileiros que possuem algum tipo de deficiência - e que não se sustenta mais. Essas pessoas querem e têm o direito - como qualquer outro cidadão - de se informar, se relacionar, se divertir e comprar online. Temos diversas leis a nosso favor, como a LBI, que em seu artigo 63 obriga organizações com representação no País a terem suas páginas web acessíveis para as pessoas com deficiência", reforça Simone Freire, idealizadora do Movimento Web para Todos.
Ela acrescenta que, para as empresas, além da adequação jurídica, tornar acessível o seu site é excelente para os negócios, pois elas passam a ter a chance de interagir com um público consumidor não impactado pelas suas marcas no mundo digital.
Acessibilidade e tecnologia
"Existe um impacto direto da tecnologia sobre a acessibilidade. À primeira vista, pode parecer um grande desafio vencer esta corrida, principalmente porque os sites são muito visuais. No entanto, é preciso desmistificar a acessibilidade. Existem ferramentas de desenvolvimento para permitir a qualquer site ser mais acessível", afirma Thoran Rodrigues, presidente e fundador da BigData Corp, responsável pela realização do levantamento.
Segundo Rodrigues, é preciso saber interpretar tecnicamente porque, por exemplo, 52,38% apresentaram problemas de formulários, ou 83,56%, falhas nos links. "Não é porque um site falhou em um teste específico que uma pessoa com deficiência não possa usá-lo. Mas a sua experiência de navegação deixará a desejar", pondera Rodrigues. Preocupante, mesmo, são os 5,6% dos sites ativos que falharam em todos os testes aos quais foram submetidos.
Para Rodrigues, conforme o porte do site em questão, principalmente os mais complexos, o nível de esforço para atender a todos os requisitos previstos nos testes poderá indicar que talvez seja mais vantajoso construir outro, em separado, do que adaptá-lo em todos os quesitos. "Cada organização deverá avaliar em quais aspectos está falhando e como poderá fazer para superar esse desafio", argumenta. O empresário informa que há disponível na internet inúmeras ferramentas de desenvolvimento que facilitam a construção de sites 100% aderentes aos padrões internacionais de acessibilidade.
Metodologia
A BigData Corp utilizou o processo de captura de dados da internet extraídos de visitas a mais 24 milhões de sites brasileiros, dos quais são obtidos informações estruturadas e seus links. Foram desconsiderados os sites inativos, ou seja, os que estavam fora do ar ou que não responderam a visitas por quatro semanas seguidas. Também foram desprezados os que, por oito semanas consecutivas, não fizeram qualquer alteração em seu conteúdo.
Assim, foram considerados neste estudo cerca de 14 milhões de sites. A metodologia detalhada está disponível no site do Movimento Web para Todos neste link: http://bit.ly/metodologiaMWPT
Sobre o Movimento Web para Todos
O Movimento Web para Todos tem o propósito de mobilizar, educar e transformar a sociedade para a construção de uma web acessível a todas as pessoas, inclusive os mais de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. Foi idealizado em 2017 pela empreendedora Simone Freire, fundadora da Espiral Interativa, agência especializada em comunicação inclusiva, em parceria com o W3C Brasil, consórcio internacional que desenvolve padrões para a web em todo o mundo.
O Movimento promove, por meio de sua plataforma online, o compartilhamento de experiências, a troca de conhecimento técnico e a oferta de ferramentas e serviços que auxiliam na construção de sites e apps acessíveis. Com o apoio de parceiros estratégicos e um grupo de voluntários especialistas em acessibilidade, o Web para Todos também realiza oficinas de capacitação e produz relatórios técnicos sobre acessibilidade na web, com a missão de disseminar dados qualitativos para a sociedade e criar, futuramente, parâmetros comparativos de acompanhamento da transformação digital. Conheça o nosso manifesto: https://mwpt.com.br/movimento/manifesto/
Sobre a BigData Corp.
A BigData Corp. é a plataforma de dados líder no mercado de big data no Brasil e na América Latina, capturando conteúdo de mais de um 1,5 bilhão de sites de todo o mundo e transformando esse conteúdo em informações relevantes para atender a empresas de todos os portes e segmentos. A empresa é brasileira, fundada em 2013, com escritórios no Rio de Janeiro (sede) e em São Paulo. Conheça mais sobre a BigData Corp. acessando www.bigdatacorp.com.br
Sobre o Ceweb.br
O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do NIC.br, tem como missão disseminar e promover o uso de tecnologias abertas na Web, fomentar e impulsionar a sua evolução no Brasil por meio de estudos, pesquisas e experimentações de novas tecnologias. No escopo de atividades desenvolvidas pelo Centro, destacam-se o estímulo às discussões sobre o ecossistema da Web e a preparação de subsídios técnicos à elaboração de políticas públicas que fomentem esse ecossistema como meio de inovação social e prestação de serviços. Mais informações em http://www.ceweb.br/.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (http://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (http://www.ceweb.br), e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).
FONTE BigData Corp