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SÃO PAULO, 27 de dezembro de 2019
SÃO PAULO, 27 de dezembro de 2019 /PRNewswire/ -- O reconhecimento facial já está presente em smartphones, lojas, supermercados, metrô e em sistemas de segurança pública e chegou para ficar.
No Brasil, essa é ainda uma tecnologia pouco explorada, mas exemplos mundo afora, como a China, mostram como uma vida repleta dessa tecnologia é possível e pode facilitar o dia a dia dos cidadãos – apesar de também levantar o debate do fim da era da privacidade.
Na última década, o software de reconhecimento facial emergiu como uma das mais poderosas tecnologias biométricas capazes de identificar e verificar indivíduos com base em uma imagem digital.
As melhorias nos sistemas de reconhecimento facial - devido principalmente ao progresso no aprendizado de máquina - devem impulsionar o mercado para essa tecnologia, que deverá crescer, em média, 21,3% nos próximos quatro anos, movimentando US$ 9,6 bilhões até 2022, segundo a Allied Market Research.
Afinal, como funciona o sistema de reconhecimento facial?
Para identificar uma pessoa, o sistema analisa todas as características do rosto, como distância dos olhos, tamanho do nariz, boca e mandíbula.
O processo de detecção de rosto é uma etapa essencial, pois identifica e localiza rostos humanos em imagens e vídeos. O processo de captura de rosto transforma uma informação analógica (uma face) em um conjunto de informações digitais (dados) com base nas características faciais da pessoa.
O processo de correspondência de faces verifica se duas faces pertencem à mesma pessoa. Essas informações viram um algoritmo, que por sua vez se transforma em uma identidade biométrica.
E isso é bom ou ruim?
Os dois. A tecnologia de reconhecimento facial tem muitas aplicações, desde a identificação de desordens genéticas raras na área da saúde e a melhoria da experiência do consumidor nos setores bancário e de varejo, até a aceleração das verificações de segurança nos aeroportos.
Embora o desenvolvimento da tecnologia crie oportunidades sem precedentes para usos socialmente benéficos, também representa uma ameaça aos direitos humanos e à privacidade.
Na prática
Sem dúvidas, a Ásia é hoje a maior referência em reconhecimento facial no mundo e a sociedade mais vigiada também. Somente a China conta com 176 milhões de câmeras de vigilância e até 2023 deverá adicionar mais 420 milhões. Absolutamente tudo é monitorado. Um verdadeiro Big Brother a céu aberto!
Exemplos não faltam. O Alipay, um pagamento móvel e on-line chinês, permite o login pelo rosto e possui aproximadamente 520 milhões de usuários registrados. A tecnologia é usada para ativar a funcionalidade "smile-to-pay" em um KFC em Hangzhou, China, o que permite que aqueles com os rostos registrados na plataforma possam usar a face para pagar pela comida.
Por lá também, a polícia usa reconhecimento facial para localizar pessoas de interesse nas multidões e se utiliza de dispositivos vestíveis no estilo Google Glass, óculos de realidade aumentada, que permitem que um policial escaneie o rosto de quem está olhando.
Há ainda reconhecimento facial em banheiros públicos para evitar o roubo de, acredite se quiser, papel higiênico! Em algumas regiões, a pobreza é tamanha, que o recurso é necessário. E quem atravessa a rua no sinal vermelho é pego pelo sistema e uma foto é exposta em uma tela, justamente para mostrar que a pessoa está fazendo algo de errado.
Em 2020, definitivamente o Black Mirror chegará com força total na China e os dados capturados pelo sistema de reconhecimento facial ajudarão a premiar bons cidadãos. Usuários com alta pontuação terão preferência, por exemplo, para comprar passagens aéreas e de trem bala, nos disputados feriados nacionais. Usuários com pontuação baixa poderão ficar excluídos desses serviços em momentos de pico e forçados a viajar de ônibus.
Mundo afora, outros exemplos, digamos mais simplistas, estão aí para provar a aplicação do reconhecimento facial, inclusive no Brasil. Por aqui, Nubank, 99, Loggi, Banco Original, Neon e Gol autenticam processos digitais e aprimoram serviços por meio da tecnologia. Também tem sido usado para aprimorar a segurança nacional. Durante o Carnaval em Salvador, no começo deste ano, um homem foi preso graças ao sistema de reconhecimento facial implementado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia ao ser identificado como o assassino de uma mulher.
No Japão, o reconhecimento facial será um tópico importante para os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio. A tecnologia será usada para identificar pessoas autorizadas e conceder-lhes acesso, melhorando automaticamente a experiência e a segurança.
Em Sydney, o reconhecimento facial está passando por testes nos aeroportos para ajudar a transportar as pessoas de maneira muito mais rápida e segura. Na Índia, o projeto Aadhaar é o maior banco de dados biométrico do mundo. Ele já fornece um número de identidade digital exclusivo para 1,2 bilhão de residentes.
Acredito que, respeitando os direitos do cidadão, o reconhecimento facial será um elemento muito relevante para aprimorar a experiência do cliente.
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Daniela Penna
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FONTE PR Newswire América Latina