GOL anuncia Atualização ao Investidor

Comentário Geral

• A GOL estima Lucro Por Ação (LPA) e Lucro Por Ação Depositário Americano (LPADS) para o 1T20 de aproximadamente R$0,25¹ e US$0,10¹, respectivamente.
  
  
• A margem EBITDA^2,3 no primeiro trimestre está estimada em 44% a 46%, um aumento em relação à do trimestre findo em março de 2019 (29,7%²).
  
  
• A receita unitária de passageiro (PRASK) esperada para o primeiro trimestre é menor em aproximadamente 1% comparada ao mesmo período do ano passado. A GOL espera uma receita unitária (RASK) em linha com 1T19.
  
  
• Os custos unitários ex-combustíveis (CASK ex-comb.) deverão reduzir aproximadamente 23%^2,3 em comparação com 1T19, principalmente devido à melhor produtividade (utilização de aeronaves e eficiência operacional), parcialmente compensados pelo aumento de depreciação devido à adição de nove aeronaves (líquida) na frota. Os custos unitários com combustíveis (CASK comb.) deverão aumentar aproximadamente 3% na comparação trimestral, impactados negativamente pelo aumento do preço médio do QAV em aproximadamente 3%, parcialmente compensado por uma redução de 10% no consumo de combustível por hora operada principalmente devido a maior utilização das 737-700s em março de 2020.
  
  
• A alavancagem financeira da GOL, medida pelo indicador Dívida Líquida⁴/EBITDA UDM, foi aproximadamente 2,8x no trimestre findo em março de 2020. A Companhia amortizou aproximadamente R$490 milhões de dívida no trimestre, e a liquidez total foi R$4,3 bilhões, composto por R$3,0 bilhões em caixa e aplicações e R$1,3 bilhão em recebíveis. E incluindo R$1,7 bilhão em despesas antecipadas, reserva de manutenção e depósitos em garantia, a liquidez totalizou aproximadamente R$6 bilhões.

Projeções Preliminares e Não auditadas

Desenvolvimentos Recentes e Considerações para os Próximos 90 Dias

Desenvolvimentos Recentes

A pandemia de COVID-19 começou a afetar as operações da GOL em meados de março de 2020 e, portanto teve efeito limitado no desempenho do primeiro trimestre. Devido à paralisação relacionada à pandemia do COVID-19 no Brasil e à preparação para reduções na demanda e nas receitas, a GOL tomou medidas de preservação de caixa pelos próximos 90 dias por meio de reduções de custo, novas condições de pagamento e postergações. Encontra-se abaixo um resumo das principais iniciativas da Companhia:

• Redução de custos fixos: (i) redução de 50% da folha de pagamento por meio de várias iniciativas de compensação e diferimento (número de horas, horas extras, licença não remunerada, férias não remuneradas, suspensão de pagamentos de participação nos lucros, diferimentos de impostos e cortes salariais de 35% para todos os funcionários e 40% para os 30 principais executivos); e (ii) período de carência de seis meses e diferimento dos pagamentos de leasing igual período com os arrendadores de aeronaves;
• Reduções de custos variáveis pela diminuição de 93% da oferta medida em ASK e: (i) diferimento de todos os pagamentos de combustível para parcelas a serem quitadas após 30 de setembro de 2020; (ii) suspensão de taxas de navegação e taxas de aeroportos públicos; (iii) suspensão de todos os projetos e investimentos por 180 dias; (iv) prorrogação dos prazos de pagamento de manutenção de motores em até 90-180 dias; (v) prorrogação dos prazos de pagamento de Capex em até 90-180 dias; e (vi) PDPs eliminados pelos próximos 12 meses;
• Suporte governamental: impostos e taxas suspensos no 2T20; e
• Custos e pagamentos financeiros: (i) rolagem dos vencimentos de curto prazo existentes dos bancos locais e aumento dos limites de crédito para manter todas as linhas de capital de giro existentes (majoradas para incorporar o real depreciado); e (ii) prorrogar a amortização de R$156 milhões em debentures locais do trimestre para 2022 (todas as permissões para exceder limites financeiros foram obtidas junto aos debenturistas).

Considerações para os Próximos 90 Dias

Em apoio as ações do governo brasileiro para impedir a propagação do vírus COVID-19, que desde meados de março incluiu proibições de voo e restrições de viagem generalizadas que fecharam a maior parte dos céus do Brasil ao tráfego aéreo, a GOL reduziu sua oferta de voos a uma rede essencial de 50 voos diários entre o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (GRU), e as 26 capitais brasileiras e a cidade de Brasília. A Companhia continua trabalhando com o governo brasileiro para manter ligações mínimas de voo por motivos de emergência e para operar voos médicos e de resgate quando solicitado.

Devido a essa redução na oferta de voos, durante a segunda quinzena de março retiramos 120 aeronaves da operação. A GOL espera manter a maior parte de sua frota em terra durante abril e maio. Portanto, esperamos registrar ineficácia em nossas proteções de preço ("hedge") de combustível como um item excepcional em nossos resultados financeiros do 1T20 e do 2T20. Atualmente, estimamos que isso representará uma despesa financeira extraordinária da ordem de R$80 milhões no 1T20 e de R$200 milhões no 2T20.

A GOL possui um sólido balanço patrimonial e a liquidez total em 31 de março de 2020 foi R$4,3 bilhões. A liquidez totalizou aproximadamente R$6 bilhões incluindo R$1,7 bilhão de despesas antecipadas, reserva de manutenção e depósitos em garantia. Adicionalmente, a Companhia possui aproximadamente R$1,5 bilhão em ativos livres de ônus e sem dívidas.

Somos gratos ao governo do Brasil por sua rapidez de resposta ao reconhecer a exposição das companhias aéreas brasileiras à pandemia do COVID-19, já que nossas operações estão sujeitas às restrições do governo para impedir a propagação do vírus. Apoiamos igualmente as ações governamentais para compensar, pelo menos parcialmente, o impacto no setor de transporte de passageiros.

Em função da contínua incerteza sobre o impacto e a duração da pandemia do COVID-19, a GOL suspende suas projeções financeiras para 2020 e 2021 até que o ambiente operacional volte ao normal. Enquanto isso, a GOL continuará focada em buscar economia de custos, proteger empregos, trabalhar com o governo do Brasil, e preparar-se para o retorno ao serviço normal no devido tempo.