Brasil fortalece combate ao contrabando com acordo com países do Mercosul

Brasil fortalece combate ao contrabando com acordo com países do Mercosul

PR Newswire

SÃO PAULO, 19 de agosto de 2020

SÃO PAULO, 19 de agosto de 2020 /PRNewswire/ -- "Só é possível enfrentar um crime de natureza transnacional com a coordenação e trabalho mútuo entre os países envolvidos". A fala do presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), Edson Vismona, demonstra a importância do acordo de cooperação firmado entre o Brasil e os países do Mercosul para a constituição das chamadas Equipes Conjuntas de Investigação (ECI). A partir de agora, sempre que uma investigação penal envolver ações criminosas que ultrapassem as fronteiras e que exijam atuação coordenada entre os países do bloco, poderá ser constituída uma ECI para a investigação conjunta, com interação e fluxo facilitado entre as autoridades. A medida deverá garantir uma maior celeridade e objetividade no combate aos crimes transnacionais, como por exemplo o combate ao contrabando.

"O contrabando é um crime puramente transnacional. Sempre vai envolver mais de um país e para combatê-lo é preciso organização: prezar pela integração, cooperação, investimentos em recursos humanos, financeiros e tecnológicos, especialmente junto às polícias federais e à Receita Federal", pontua Vismona. Segundo ele, o decreto representa um avanço importante especialmente no combate aos cigarros do crime, que são a maioria absoluta das apreensões da Receita Federal. De janeiro a dezembro de 2019, foram apreendidos 235 milhões de maços de cigarro contrabandeados – 35,67% das apreensões. Vismona explica que o cigarro ilegal está diretamente relacionado ao crime organizado, que se utiliza do lucro do produto – geralmente contrabandeado do Paraguai – para financiar o tráfico de drogas e de armas e a violência praticada no país.

O reforço no combate ao cigarro ilegal está alinhado com as expectativas da população brasileira. Segundo pesquisa do Ibope, realizada em junho recente, as principais soluções para resolver o problema para quase 70% dos entrevistados são investir no aumento da fiscalização e do controle de fronteiras e a igualdade de preços entre os produtos legais e os contrabandeados. O cigarro ilegal responde por 57% do mercado brasileiro.

O acordo de cooperação interna no Mercosul foi assinado em agosto de 2010 em San Juan, na Argentina, e aprovado pelo Congresso brasileiro em 2018. O decreto de criação das Equipes Conjuntas de Investigação foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia 11 de agosto. Ao reforçar a cooperação em investigações penais, visa combater ainda outros crimes como o tráfico ilícito de entorpecentes, o tráfico de pessoas e a lavagem de dinheiro.

FONTE FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade)

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