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SÃO PAULO, 25 de setembro de 2020
SÃO PAULO, 25 de setembro de 2020 /PRNewswire/ -- Não é na barraquinha na rua e no comércio informal que se concentra a vasta maioria dos cigarros ilegais à venda no Brasil, segundo levantamento do Ibope. Encontrar o produto contrabandeado é ainda mais fácil do que parece: 87,4% dos cigarros do crime foram comprados no comércio legal em 2019 – como bares, mercearias, mercadinhos, bancas de jornal e padarias. Enquanto isso, o comércio informal, como camelôs e marreteiros, responde por 8,6% das vendas do produto.
A enorme quantidade de cigarros do crime em circulação chama a atenção. Segundo o Ibope, são cerca de 63,4 bilhões de cigarros ilegais inundando as cidades brasileiras. Dos 87,4% à venda no comércio formal, 47% são comprados em bares, 14% nas mercearias, 12,5% nos mini mercado, 5% em padarias e 3% em bancas de jornais. O maior incentivo destes comerciantes é a diferença de preço entre os produtos legais e ilegais: enquanto a carteira de cigarros legais é comercializada ao preço médio de R$ 7,51, o cigarro contrabandeado é vendido, em média, por R$ 3,44.
Segundo Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), equalizar os valores entre o cigarro do crime - que já responde por 57% do mercado brasileiro - e o produto legal é o primeiro passo no combate ao crescimento do mercado ilegal comandado pelo crime organizado.
"Neste mercado cujo preço mínimo ao consumidor estabelecido por lei é de R$ 5,00, é impossível à indústria legal competir com o cigarro do crime. O efeito prático é a migração do consumidor para a ilegalidade. O país perde, a sociedade sofre com o avanço da criminalidade e o crime organizado se fortalece", afirma Vismona.
Com a perda de competitividade do produto legal, apenas no ano passado, a sonegação de impostos proveniente do mercado ilegal de cigarros foi de R$ 12,2 bilhões, superando a arrecadação pelo mercado legítimo, que foi R$ 11,8 bilhões. Segundo a consultoria Oxford Economics, o mercado ilegal também fez com que a indústria legal deixasse de gerar cerca de 27 mil empregos diretos e indiretos.
FONTE FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade)