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SÃO PAULO, 10 de novembro de 2020
SÃO PAULO, 10 de novembro de 2020 /PRNewswire/ -- A revista cientifica The New England Journal of Medicine acaba de publicar um grande estudo científico de base populacional que comprova a efetividade da vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano (HPVs 6, 11, 16 e 18) na prevenção do câncer do colo de útero invasivo¹. A pesquisa inédita "HPV Vaccination and the Risk of Invasive Cervical Cancer", foi conduzida por epidemiologistas do Karolinska Institutet da Suécia e usou dados de registro nacional, acompanhando 1,7 milhão de meninas e mulheres (população total de 1.672.983) com idades entre 10 e 30 anos de 2006 – ano em que a vacina contra o HPV foi aprovada naquele país – até 2017. Destas, 527.871 haviam recebido pelo menos uma dose da vacina durante o estudo¹.
A pesquisa de larga escala demonstrou que as mulheres imunizadas contra o HPV têm um risco significativamente menor de desenvolver câncer de colo do útero, sendo aquelas vacinadas durante a adolescência as mais beneficiadas. Houve uma redução de 88% do risco de desenvolver câncer de colo do útero invasivo nas jovens imunizadas antes dos 17 anos e de 53% naquelas imunizadas entre os 17 e os 30 anos de idade, quando comparadas com as não vacinadas. O câncer cervical foi diagnosticado em 19 mulheres vacinadas e em 538 mulheres não vacinadas durante o período do estudo. Os pesquisadores explicam que mulheres que foram vacinadas quando meninas provavelmente tiveram melhor proteção porque foram imunizadas antes de serem expostas ao HPV através da atividade sexual¹.
Os resultados estão tendo grande repercussão e foram recebidos pela comunidade médica e científica como um marco significativo na luta pela eliminação do câncer cervical. "O estudo é significativo porque, embora pesquisas anteriores tenham mostrado repetidamente que a vacina do HPV protege contra a infecção do papilomavírus humano, verrugas genitais e lesões pré-cancerosas, ainda não havia comprovação em vida real de que a vacina realmente previne o câncer cervical invasivo. Esta é a primeira vez que foi demonstrado em nível populacional que a vacinação contra o HPV é protetora não apenas contra as mudanças celulares que podem ser precursoras do câncer de colo do útero, mas também contra o câncer", destaca a pesquisadora do Departamento de Radiologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Luísa Villa.
Com aproximadamente 570 mil casos novos por ano no mundo o câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Ele é responsável por 311 mil óbitos por ano, sendo a quarta causa mais frequente de morte por câncer em mulheres1. No Brasil, em 2020, são esperados 16.710 casos novos. É a terceira localização primária de incidência e a quarta de mortalidade por câncer em mulheres no país, com 6.526 óbitos registrados em 2018².
De acordo com estudo POP-Brasil, projeto realizado pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), em parceria com o Ministério da Saúde, a infecção é muito comum em jovens brasileiros. Sabe-se que, entre os jovens de 16 a 25 anos 53.6% estão infectados por algum tipo de HPV, sendo que o HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer presente em 35,2% dos participantes. A prevalência de HPV geral na população feminina pesquisada foi de 54,6% e na masculina, de 51,8%³.
Quanto mais cedo, maior a eficácia na prevenção do câncer
"A vacinação é mais eficiente quando aplicada em meninas e meninos, antes da atividade sexual", afirma Luísa Villa. Os estudiosos, completa, observaram uma redução maior quando a vacinação ocorreu nas meninas a partir dos 10 anos de idade, na comparação com a faixa etária entre 17 e 30 anos de idade. "Apesar de existir benefício em diferentes faixas etárias, a efetividade é indiscutível quando a vacinação é realizada em meninos e meninas mais jovens", reflete acerca da publicação.
No Brasil, a vacina contra o HPV é distribuída gratuitamente pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacinação gratuita no posto de saúde ainda está disponível para pessoas que vivem com HIV e pacientes transplantados na faixa etária de 9 a 26 anos4.
Adultos que não foram imunizados também podem decidir receber a vacina após conversar com seu médico sobre o risco de novas infecções por HPV e os benefícios da vacinação5. Estimativas apontam que a probabilidade de infecção em algum momento da vida é de 91,3% para homens e 84,6% para mulheres. Mais de 80% das pessoas de ambos os sexos contraem o vírus antes dos 45 anos6.
A pesquisadora Luísa Villa ainda informa que também é importante fazer o rastreamento da população. "É relevante considerar que as mulheres devem ser acompanhadas de maneira preventiva, com exames como o Papanicolau e, mais recentemente, com os testes de HPV para aquelas que, por ventura, sejam infectadas e/ou possam vir a desenvolver lesões precursoras ou o próprio câncer recebam assistência adequada", finaliza a especialista.
O que é o HPV
Sigla em inglês para Papilomavírus Humano (Human Papiloma Virus - HPV). Os HPV são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas. Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais cerca de 40 podem infectar o trato genital. Destes, aos menos 12 são de alto risco e podem provocar câncer (oncogênicos) e outros podem causar verrugas genitais4.
O HPV também pode causar o câncer cervical e outras lesões, incluindo as de vulva, vagina, pênis ou ânus. Também pode causar câncer no fundo da garganta, incluindo a base da língua e as amígdalas (chamadas de câncer de orofaringe). Não há como saber quais pessoas com HPV desenvolverão câncer ou outros problemas de saúde, por isso a importância de rastrear com exames médicos a população4.
Sobre a MSD
Por mais de 125 anos, a MSD cria invenções para a vida, trazendo ao mercado medicamentos inovadores para combater as doenças mais desafiadoras. MSD é o nome pelo qual é conhecida a Merck & Co. Inc. fora dos Estados Unidos e do Canadá, cuja sede fica em Kenilworth (New Jersey, EUA). Demonstramos nosso compromisso com os pacientes e com a saúde da população, aumentando o acesso aos serviços de saúde por meio de políticas, programas e parcerias de longo alcance. Hoje, a MSD continua na vanguarda da pesquisa para prevenir e tratar doenças que ameaçam pessoas e animais – incluindo câncer, doenças infecciosas como HIV e Ebola e doenças animais emergentes – pois aspiramos ser a principal empresa biofarmacêutica intensiva em pesquisa no mundo. Para mais informações, visite http://www.msd.com/ e conecte-se conosco no Twitter, LinkedIn e YouTube.
Sobre a MSD no Brasil
Presente no Brasil desde 1952, a MSD conta com mais de 1,9 mil funcionários no país, nas divisões de Saúde Humana, Saúde Animal e Pesquisa Clínica. Para mais informações, acesse https://www.msd.com.br e conecte-se conosco no Facebook, LinkedIn e YouTube.
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FONTE MSD