CGTN: A China diz que deve colocar grandes esforços no mercado interno e busca ativamente oportunidades no exterior

CGTN: A China diz que deve colocar grandes esforços no mercado interno e busca ativamente oportunidades no exterior

PR Newswire

PEQUIM, 19 de novembro de 2020

PEQUIM, 19 de novembro de 2020 /PRNewswire/ -- Em um mundo abalado pela pandemia da COVID-19 e tensões crescentes com os Estados Unidos, a China se preparou bem, com um novo modelo econômico chamado "dupla circulação", que deverá moldar o plano do país nos próximos cinco anos.

O novo padrão "dupla circulação" também conhecido como "dupla dinâmica de desenvolvimento" é referente aos dois círculos econômicos: o comércio interno e externo, mas desta vez, com mais ênfase no mercado interno. As discussões animadoras imediatamente suscitam sugestões de que a economia chinesa "se voltaria para dentro", já que se argumenta que focar no comércio interno significa "fechar as portas" para o mundo exterior.

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Ainda assim, para Pequim, abrir bem as portas parece um plano de longo prazo do qual não quer desistir. Na terça-feira, o presidente chinês Xi Jinping disse na 12ª cúpula do BRICS que a China se "integrará mais ativamente ao mercado global". Em vez de fechar a porta para a abertura, a China vai abraçar o mundo de braços mais abertos, observou o presidente Xi.

BRICS é a sigla para o bloco de mercados emergentes que agrupa Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A reunião de terça-feira foi organizada pela Rússia, que detém a presidência rotativa do BRICS este ano.

A China redobrará seus esforços para expandir a demanda doméstica, aprofundar as reformas em todos os aspectos e promover a inovação em ciência e tecnologia para impulsionar seu crescimento econômico, acrescentou.

"O fortalecimento da circulação interna não contradiz a política de abertura da China", comentou o Prof. Gao Liankui da EU Business School, em um artigo de opinião para o Global Times. "O novo padrão de desenvolvimento ... foi implementado com base no desenvolvimento objetivo da economia chinesa, que viu a modernização industrial e uma expansão do mercado interno."

"Junto com o desenvolvimento tecnológico, uma entidade econômica verá suas vantagens comparativas mudarem, o que acarretará certo grau de substituição de importações. Não é o único caminho da China," afirmou o Prof. Gao em seu artigo.

Ainda na reunião do BRICS, o presidente Xi destacou a necessidade de solidariedade internacional na luta contra o coronavírus. "Precisamos superar as divergências e os preconceitos com unidade e racionalidade e forjar a maior sinergia no combate ao vírus", afirmou.

Compromisso de neutralidade de carbono da China

Também na reunião do BRICS, Xi dobrou o compromisso do país de alcançar a neutralidade de carbono antes de 2060. Essa meta, de acordo com especialistas, exigiria que Pequim atingisse emissões quase nulas até 2050.

A China aumentará suas contribuições nacionalmente determinadas e se esforçará para atingir o pico das emissões de dióxido de carbono até 2030, ele prometeu: "Podem contar que a China cumprirá sua promessa."

"Alcançar a neutralidade de carbono até 2060 exige uma grande transformação em todos os aspectos dos sistemas sociais, econômicos, energéticos e tecnológicos", disse à Xinhua He Jiankun, vice-presidente do Comitê Nacional de Especialistas em Mudanças Climáticas, o que significa que nova energia e energia renovável serão os pilares principais.

Dados oficiais mostram que as emissões de dióxido de carbono da China em 2018 foram 45,8% menores que as de 2005, o que significa que o país cumpriu sua meta de redução de emissões dois anos antes do previsto.

Além disso, o governo encontrou maneiras de promover o "desenvolvimento verde". A China promove o comércio de emissões de carbono em sete de suas províncias e cidades, incluindo Pequim e Xangai, desde 2011 para explorar mecanismos com base no mercado para controlar as emissões de gases de efeito estufa.

A China está pronta para cumprir com suas responsabilidades internacionais de acordo com seu nível de desenvolvimento, disse Xi na reunião de terça-feira.

Desenvolvimento da parceria BRICS na nova revolução industrial

Com relação à parceria BRICS, Xi destacou que a China está disposta a trabalhar com outros membros do BRICS para acelerar a criação de uma parceria BRICS na nova revolução industrial.

Especificamente, a China estabelecerá um centro de inovação para essa parceria na cidade de Xiamen, no sudeste da província de Fujian, anunciou o presidente chinês na reunião. O centro de inovação facilitará a cooperação em áreas, tais como coordenação de políticas, treinamento de pessoal e desenvolvimento de projetos, de acordo com o presidente Xi.

Fundado em 2009, o grupo BRICS foi criado para estabelecer uma ordem mundial equitativa, democrática e multipolar e ajudar a moldar um sistema monetário internacional estável, previsível e mais diversificado.

"O BRICS serve como um antídoto para o G7 e outras instituições dominadas pelos EUA", ressaltou o comentarista político Freddie Reidy, de Londres. "Isso (sua fundação) foi interpretado como a necessidade de encontrar uma nova moeda de reserva global, levando a uma imediata desvalorização do dólar, demonstrando a considerável influência do grupo."

O Presidente Xi também pediu aos países do BRICS que mantenham bem alto a bandeira do multilateralismo, salvaguardando os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e da ordem internacional sustentada pelo direito internacional.

O bem-estar das pessoas deve ser mantido sempre com atenção, enfatizou ele em seu discurso, também instando o bloco a buscar a visão de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.

No momento, o mundo está preso entre a pandemia mais séria do século passado e mudanças importantes jamais vistas nos últimos cem anos, disse Xi, referindo-se à pandemia da COVID-19 que mergulhou o mundo na pior recessão desde a Grande Depressão na década de 1930.

"Apesar de tudo isso, continuamos convictos de que o tema da nossa época, paz e desenvolvimento, não mudou e que a tendência à multipolaridade e à globalização econômica não pode ser revertida", afirmou.

Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=7TrCaS4AHBw  

 

 

FONTE CGTN

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