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BRASÍLIA, Brasil, 27 de julho de 2022
Entre as acusações apresentadas contra Vladimir Timerman, da Esh Capital, e o Fundo Esh Theta estão a abuso de minoria e manipulação de mercado
BRASÍLIA, Brasil, 27 de julho de 2022 /PRNewswire/ -- O gestor de fundos Vladimir Timerman, responsável pela Esh Capital, e o Fundo Esh Theta foram denunciados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Pesam contra o gestor e seu veículo diversas acusações de irregularidades e atuação nociva ao mercado de capitais, incluindo a utilização indevida de instrumentos conferidos pela CVM para resguardar o direito dos acionistas.
A denúncia foi apresentada pelo investidor Nelson Tanure, que solicitou:
(i) a abertura de investigações para apurar a prática de atos que configuram abuso de minoria e manipulação de mercado;
(ii) a abertura de investigações para apurar a quebra de deveres fiduciários e falhas na prestação de informações ao mercado, na qualidade de gestor do Fundo Esh Theta; e
(iii) o cancelamento das autorizações da ESH Capital e do gestor Vladimir Timerman para o desempenho da atividade de gestão de fundos, diante da ausência dos requisitos mínimos técnicos, estruturais e de reputação ilibada.
Representado pelo escritório Cescon Barrieu, o investidor Tanure apresentou uma detalhada cronologia de fatos relacionados a sua negociação com os antigos controladores da Alliar Médicos à Frente para demonstrar a atuação lesiva de Timerman contra a companhia e os interesses de todos os seus acionistas.
Entenda o caso
Em agosto de 2021, foi informado ao mercado que Nelson Tanure (cotista indireto do Fundo Fonte de Saúde) havia adquirido a participação do Pátria (parte do bloco de controle da companhia à época em conjunto com médicos fundadores).
Com o aumento de sua posição na companhia, Tanure ingressou em uma disputa corporativa pelo controle da Alliar envolvendo grandes players do mercado de saúde nacional - o que valorizou a companhia, levando suas ações, só nesse primeiro movimento, a uma cotação mais de 13% superior à do dia anterior.
Interessado em aumentar ainda mais sua participação, Nelson Tanure propôs comprar todas as ações do bloco de controle, composto, aproximadamente por 70 acionistas. Em abril, a operação foi concluída, com o Fundo Fonte de Saúde passando a deter mais de 60% da companhiae todos os médicos fundadores mantendo parte de sua posição.
No dia do closing, a ação da Alliar registrou a maior valorização de sua história recente, alcançando R$19,24 – 120% a mais do que a cotação de um ano atrás.
Durante os quase 4 meses em que se processou a complexa negociação, Vladimir Timerman usou diversos mecanismos para tumultuar e prejudicar a operação. Segundo a denúncia enviada à Anbima e, em forma de reclamação, à CVM, Timermansobrecarregou a Alliar e à própria CVM com notificações sem fundamento, apenas para fabricar factoides para exploração na imprensa.
Ainda segundo a denúncia, além da utilização irregular de meios formais, o gestor usou suas redes sociais para "plantar rumores, notícias falsas e questionamentos infundados, inclusive com graves acusações em relação ao FIP (Fonte de Saúde) e aos Acionistas Vendedores, as quais causaram oscilações na cotação das ações da Companhia e prejuízos a diversos investidores".
De acordo com o documento, o gestor, cuja reputação e capacidade técnica está sendo questionada, criou uma associação "testa de ferro", junto com seu advogado, com o objetivo de dar maior peso às suas demandas "sugerindo a defesa de interesses de uma coletividade". O único beneficiário dessa atuação, porém, seria o fundo de Timerman.
Além da estratégia de usar a associação de fachada para pressionar os vendedores (médicos fundadores e demais acionistas signatários do acordo que formou o bloco de controle), Timerman passou, segundo a denúncia, a notificar diretamente, em nome do Fundo ESH, "às mais variadas partes, desde os membros do Conselho de Administração da Alliar e a Diretora de Relações com Investidores da Companhia, até a potenciais financiadores do Fundo Fonte de Saúde no âmbito da operação".
A denúncia também aponta falta de transparência nos documentos oficiais do Fundo Esh Theta, o que vem induzindo seus cotistas (investidores de varejo) a erro, fazendo-os acreditar em rentabilidades abruptas e milagrosas, sem dar o devido destaque para os altos custos e riscos envolvidos na estratégia da ESH Capital. Apenas no último exercício social, o Fundo teria pago quase R$ 6,5 milhões aos seus prestadores de serviço, incluindo a gestora Esh Capital e demais assessores contratados para executar a estratégia da Gestora.
Além dessa nova denúncia, Vladimir responde a um processo na Câmara de Arbitragem do Mercado, por ter provocado um prejuízo de R$130 milhões. Também se tornou réu de uma queixa-crime por calúnia e difamação.
FONTE Nelson Tanure