Mortes em conflitos atingem o mais alto nível neste século, fazendo com que a paz mundial diminua, revela o Índice Global da Paz

Mortes em conflitos atingem o mais alto nível neste século, fazendo com que a paz mundial diminua, revela o Índice Global da Paz

PR Newswire

LONDRES, 28 de junho de 2023

LONDRES, 28 de junho de 2023 /PRNewswire/ -- O dia de hoje marca o lançamento da17ª edição do Índice de Paz Global do think-tank internacional, o Instituto de Economia e Paz (IEP).

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Principais resultados 

Impacto da Guerra na Ucrânia sobre a Paz

A 17ª edição do Índice Global da Paz (IGP), a principal medida mundial de paz, revela que o nível médio de paz global piorou pelo nono ano consecutivo, com 84 países registrando uma melhora e 79 uma piora. Isso demonstra que as deteriorações foram maiores do que as melhorias, pois os aumentos pós-COVID de agitação civil e instabilidade política permaneceram altos, enquanto os conflitos regionais e globais se aceleram.  

A Islândia continua sendo o país mais pacífico, uma posição que ocupa desde 2008, seguida pela Dinamarca, Irlanda, Nova Zelândia e Áustria. Pelo sexto ano consecutivo, o Afeganistão é o país menos pacífico, seguido pelo Iêmen, Síria, Sudão do Sul e a

República Democrática do Congo. Destacando a mudança dinâmica dos conflitos, tanto o Afeganistão quanto a Síria registraram melhorias na paz.

A pontuação geral da Ucrânia registrou um declínio de 13%, a maior piora no GPI 2023, e agora é a 157ª no índice. A Líbia vivenciou a maior melhoria na paz geral, melhorando em 7% e subindo 14 lugares, até o 137º.

A mudança na distribuição global de conflitos continuou à medida que os grandes conflitos na região do Oriente Médio e do Sul da Ásia diminuíram, enquanto os conflitos na África Subsaariana, Europa e Ásia-Pacífico se intensificaram. A região da Rússia e Eurásia registrou a maior piora na paz do mundo.

Dez dos 23 indicadores de GPI melhoraram, 11 pioraram e dois não tiveram alterações. As maiores deteriorações foram em Conflitos Externos Combatidos e Mortes por Conflitos Internos. Outras deteriorações importantes incluíram as Relações com Países Vizinhos e Instabilidade Oolítica, onde 59 países pioraram.

O impacto da violência na economia global aumentou em $1 trilhão, atingindo um recorde de $17,5 trilhões. Isso equivale a 13% do PIB global, aproximadamente $2200 por pessoa. Isto resulta do aumento dos gastos militares com a guerra na Ucrânia. A disparidade no impacto econômico da violência é clara: os dez países mais afetados tiveram uma média de 34% do PIB, em comparação com apenas a 3% entre os dez países menos afetados.

Steve Killelea, fundador e presidente executivo do IEP, disse "O Índice Global da Paz de 2023 destaca as dinâmicas contrastantes da militarização e do conflito. Por um lado, a maioria dos países está diminuindo sua dependência em relação aos militares; por outro, um número crescente de conflitos está se internacionalizando. O número de mortes resultantes de conflitos é o maior desde o genocídio de Ruanda, que teve mais de 800.000 mortes e desencadeou uma onda de ações globais. 

"Depois das guerras do Afeganistão, do Iraque e da Síria e, agora, da Ucrânia, é óbvio que os exércitos mais poderosos não podem prevalecer contra populações com muitos recursos. A guerra se tornou, sobretudo, impossível de vencer e um fardo econômico cada vez mais pesado. Isso é destacado pelo impacto de um possível bloqueio econômico em Taiwan, que resultaria em uma recessão econômica global duas vezes mais impactante do que a crise financeira global de 2008". 

O aumento dos conflitos 

79 países pioraram no domínio dos Conflitos em Andamento, com o aumento de 96% das mortes relacionadas, em comparação com o ano anterior. As mortes por conflitos chegaram ao nível mais alto neste século. O conflito na Etiópia causou a maior parte das mortes em 2022, com novos dados descobrindo que as mortes em campo de batalha foram maiores do que 100.000, as relacionadas à doença e à fome foram estimadas, de forma conservadora, em mais de 200.000. Esse conflito foi amplamente escondido da mídia devido às restrições da mídia doméstica e blecautes da internet. Isso coincidiu com as organizações de ajuda dos EUA e da ONU interrompendo as remessas de alimentos devido à corrupção nas cadeias de suprimentos.

Na África Subsaariana, Mali registrou a maior piora, com o aumento de 154% nas mortes relacionadas a conflitos, enquanto a violência contra civis aumentou 570%. Eswatini teve segunda maior queda da paz na região.

A guerra da Ucrânia viu o número total de ucranianos refugiados ou deslocados internamente pular de 1,7% antes do conflito, para mais de 30%, e provavelmente continuará a aumentar. Dados recentes constataram que até 65% dos homens na Ucrânia com idade entre 20 e 24 anos fugiram do país ou morreram no conflito [1]. O relatório estima que 83.000 mortes estejam relacionadas ao conflito até o momento.

Em contraste com os efeitos devastadores da guerra sobre a população russa, outros fatores internos melhoraram, incluindo a taxa de encarceramento, a redução nas manifestações violentas e o impacto do terrorismo. A taxa de homicídios na Rússia está agora em seu nível mais baixo desde o início do IGP, em 2008. Se não fosse o conflito com a Ucrânia, a Rússia teria sido uma das maiores colaboradores da paz no índice deste ano.

O número global de refugiados e pessoas deslocadas internamente continua a aumentar; atualmente existem 15 países com mais de 5% de sua população desalojada.

Bloqueio de Taiwan 

Embora a China não esteja atualmente diretamente envolvida em nenhum conflito externo, ela se tornou mais assertiva no Mar do Sul da China e intensificou as operações aéreas perto de Taiwan. O índice indica que se um bloqueio chinês de Taiwan se materializar, isso resultaria em uma queda na produção econômica global de $2,7 trilhões, ou 3% do PIB global apenas no primeiro ano.

Quase 60% dessa perda ocorreria na China e em Taiwan. A economia chinesa encolheria cerca de 7%, e a de Taiwan quase 40%. Os cinco maiores parceiros comerciais da China são democracias estabelecidas que estão alinhadas militarmente — Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Alemanha e Austrália.

Militarização e tecnologia 

Embora os conflitos estejam aumentando, mais países estão direcionando os gastos militares para outras prioridades, incluindo saúde, educação, infraestrutura e recuperação da pandemia. As melhorias na militarização foram disseminadas, com cada região melhorando. No entanto, o gasto militar total aumentou 17% desde 2008, com os maiores aumentos provenientes da China ($180 bilhões), dos EUA ($70 bilhões) e da Índia ($40 bilhões).

Os drones estão sendo cada vez mais utilizados em conflitos, incluindo na Ucrânia, Etiópia e Mianmar. O número total de ataques de drones aumentou 41% em 2022, com o aumento de 24% no número de diferentes grupos que utilizam drones.

Destaques regionais 

NOTAS AOS EDITORES 

Para mais informações e para baixar o Índice Global da Paz de 2023, acesse visionofhumanity.org e economicsandpeace.org O relatório completo do IGP, artigos e mapas interativos estão disponíveis em: visionofhumanity.org

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Sobre o Índice Global da Paz (IGP) 

Produzido pelo instituto de pesquisa internacional Institute for Economics & Peace (IEP), o relatório IGP apresenta a análise mais abrangente baseada em dados até o momento sobre a paz, seu valor econômico, tendências e como desenvolver sociedades pacíficas. O relatório abrange 99,7% da população mundial e utiliza 23 indicadores qualitativos e quantitativos de fontes altamente respeitadas para compilar o índice. Esses indicadores são agrupados em três domínios principais: Conflito Contínuo, Segurança e Proteção e Militarização.

Sobre o Instituto de Economia e Paz (IEP)

O IEP é um instituto de pesquisa independente e internacional dedicado a mudar o foco do mundo para a paz como uma medida positiva, alcançável e tangível de bem-estar e progresso humano. Possui escritórios em Sydney, Bruxelas, Nova York, Haia, Cidade do México e Harare.

[1] Fonte: Perspectivas da população mundial da ONU

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FONTE Institute For Economics and Peace

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