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LONDRES, 21 de julho de 2023
LONDRES, 21 de julho de 2023 /PRNewswire/ -- A disponibilidade mundial de recursos naturais e minerais é suficientes para atender às necessidades de geração de energia a zero emissão carbono, e esse novo sistema global tem o potencial de causar um impacto ambiental muito inferior àquele causado pelo atual sistema baseado em combustíveis fósseis. Não obstante, a Energy Transition Commission (Comissão para a Transição Energética) destaca em seu último relatório, "Material and Resource Requirements for the Energy Transition" (Requisitos de materiais e recursos para a transição energética), que serão necessários investimentos massivos e um forte apoio político para garantir que o fornecimento de alguns minerais básicos escale de forma rápida e sustentável na próxima década, atendendo à uma demanda em crescimento acelerado.
A futura economia de emissões a zero carbono dependerá de aumentos significativos na oferta e na demanda de eletricidade, passando de uma demanda global de ~28 000 TWh em 2022 para mais de ~100 000 TWh até 2050. Para tanto, será necessário acelerar a implementação de geração solar e eólica, expandir as redes de eletricidade e aumentar a produção de baterias, veículos elétricos e eletrolisadores para a produção de hidrogênio verde.
Esse novo sistema de energia exigirá recursos como terra (principalmente para fazendas de energia solar fotovoltaica) e água (usada no sistema de energia, na captura de carbono e em uma série de processos de mineração e refino). Porém, as necessidades totais de terra e água não são maiores que as requeridas por um sistema baseado em combustíveis fósseis e são menos de 3% dos recursos terrestres e hídricos utilizados pela agricultura global.
A construção desse novo sistema de energia também exigirá algumas emissões iniciais de CO2, já que, como qualquer nova tecnologia, essa precisará ser construída utilizando energia de combustíveis fóssil. No entanto, a produção de materiais essenciais para apoiar a transição energética resultará em um total de emissões globais cumulativas ao longo do ciclo de vida de 15 a 30 GtCO2e, em oposição às cerca de 40 GtCO2e produzidas anualmente pelo atual sistema de geração de energia; e, embora no novo sistema as emissões tendam à zero à medida que os setores de mineração e refino se descarbonizem, as emissões de combustíveis fósseis continuarão perpetuamente se não fizermos a transição.
Portanto, embora os requisitos terrestres e hídricos devam ser gerenciados com cuidado, especialmente em regiões densamente povoadas e com estresse hídrico, e as emissões do ciclo de vida da produção de materiais essenciais devam ser minimizadas, os principais desafios estão na escalabilidade de produção de minerais e outros materiais necessários para a transição energética.
A escala de materiais necessários para a transição energética
Entre 2022 e 2050, a transição energética poderá exigir a produção de 6,5 bilhões de toneladas de materiais essenciais, 95% dos quais seriam aço, cobre e alumínio, com quantidades muito menores de minerais/materiais críticos, como lítio, cobalto, grafite ou minerais raros. Essa extração cumulativa de material em nada se compara aos atuais mais de 8 bilhões de toneladas de carvão extraídos anualmente.
Não existe escassez fundamental de nenhuma das matérias-primas necessárias à transição global para uma economia zero carbono: os recursos geológicos excedem a demanda cumulativa total projetada de 2022 a 2050 para todos os principais materiais, sejam eles decorrentes da transição energética ou de outros setores. Os principais desafios são, portanto:
"Existem recursos e minerais suficientes no mundo para a transição energética. No entanto, para alguns minerais importantes, como o lítio e o cobre, será um desafio aumentar a oferta com rapidez suficiente na próxima década para acompanhar o rápido aumento da demanda. Governos, órgãos reguladores, produtores e consumidores devem trabalhar juntos para aumentar a reciclagem, melhorar a eficiência dos materiais, investir em novas minas e regulamentar os padrões ambientais e sociais", disse Adair Turner, Presidente do Energy Transitions Commission (ETC – Comissão de Transições Energéticas).
O rápido crescimento da demanda pode levar à escassez de suprimentos na próxima década se quatro desafios principais não forem atendidos
Sem uma ação decisiva para melhorar a eficiência dos materiais, aumentar a reciclagem ou aumentar a extração, poderá haver falta de suprimento de seis materiais essenciais para a transição energética: lítio, níquel, grafite, cobalto, neodímio e cobre. O risco de um aumento de preço significativo desses minerais pode atrasar a transição energética.
Quatro ações devem ser tomadas para reduzir esse risco e expandir o fornecimento de forma rápida e sustentável:
"Essa é outra análise brilhante da ETC. Eles mostram que o impacto ambiental do sistema de energias renováveis é muito menor do que aquele causado pelo sistema de combustíveis fósseis, que temos minerais suficientes para a revolução renovável e que não existem barreiras insolúveis para a mudança", disse Kingsmill Bond, Diretor Sênior da Equipe de Estratégia do Rocky Mountain Institute.
"Os minerais são essenciais, mas devemos extraí-los como se não fossem. A demanda por minerais crescerá dramaticamente nas próximas décadas, e nosso objetivo comum é garantir que isso esteja sendo atendido de forma que permita que as pessoas e o planeta prosperem. O relatório da ETC fornece análises e dados importantes sobre os requisitos de materiais e recursos, o que ajudará o setor e as principais partes interessadas a garantir que as condições certas estejam disponíveis para fornecer os materiais de que precisamos para a transição energética, ao mesmo tempo que aumenta a contribuição de nosso setor para o desenvolvimento sustentável.", disse Rohitesh Dhawan, Presidente e CEO do International Council on Mining & Metals (ICMM - Conselho Internacional de Mineração e Metais).
O documento "Material and Resource Requirements for the Energy Transition" (Requisitos de materiais e recursos para a transição energética) foi desenvolvido em colaboração com membros da ETC, instituições financeiras e de defesa ao meio ambiente, incluindo Arcelor Mittal, BloombergNEF, EBRD, HSBC, Iberdrola, Impax, National Grid, Rio Tinto, Rocky Mountain Institute, Schneider Electric, Volvo Group, World Resources Institute, Worley e Ørsted.
Esse relatório constitui uma visão coletiva da ETC. Os membros da ETC endossam a essência geral dos argumentos apresentados nesse relatório, mas isso não deve ser considerado como se estivessem concordando com todas as conclusões ou recomendações. As instituições às quais os Comissários estão afiliados não foram solicitadas a endossar formalmente o relatório.
Para ler o relatório completo, visite: https://www.energy-transitions.org/publications/material-and-resource-energy-transition
Notas aos editores
Para mais informações sobre a ETC, visite: https://www.energy-transitions.org
Para acessar o relatório e as Fichas Técnicas de Matérias-primas Essenciais que o acompanham, visite: https://www.energy-transitions.org/publications/material-and-resource-energy-transition
Veja a lista de Comissários da ETC aqui.
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FONTE Energy Transitions Commission