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SÃO PAULO, 2 de abril de 2025
Novo registro de jacutingas no Parque das Neblinas reforça a importância da regeneração da Mata Atlântica
SÃO PAULO, 2 de abril de 2025 /PRNewswire/ -- A Mata Atlântica, reconhecida como Patrimônio Nacional e Reserva da Biosfera pela UNESCO, é um dos biomas mais ameaçados do mundo. Apesar da degradação, iniciativas de conservação vêm mostrando resultados positivos. No Parque das Neblinas, reserva ambiental da Suzano S.A. gerida pelo Instituto Ecofuturo, um novo registro da jacutinga (Aburria jacutinga), espécie considerada em perigo de extinção, reforça essa tendência. Pela primeira vez, dois indivíduos foram observados em uma área próxima à circulação de visitantes, um fato inédito, já que avistamentos anteriores ocorreram em regiões mais isoladas.
A jacutinga costuma habitar regiões afastadas da presença humana. No Parque, uma área natural próxima a centros urbanos, a ocorrência dessas aves em locais de visitação indica que os esforços de conservação estão surtindo efeito. Enquanto o desmatamento avança em muitas áreas próximas a grandes cidades, o Parque segue na contramão, oferecendo um refúgio seguro para espécies mais sensíveis.
O novo registro está diretamente ligado às condições de conservação da área, especialmente à abundância da palmeira-juçara (Euterpe edulis), fundamental para a alimentação da jacutinga. Desde 2008, o Instituto Ecofuturo realiza ações de Regeneração Natural Assistida (RNA), promovendo o plantio e dispersão de sementes da juçara. Até hoje, mais de 9 milhões de sementes foram dispersadas na reserva.
A maior presença desta palmeira e a maior incidência da ave se dá pela relação natural entre as espécies: a juçara frutifica em um período de escassez de alimentos na floresta e seu fruto é uma das principais fontes de alimento da jacutinga. Paralelamente, a ave atua como importante dispersora de sementes, pois engole os frutos, retira a polpa no papo e regurgita ou defeca as sementes, "plantando" novas árvores. Esse equilíbrio ecológico demonstra como a conservação de uma única espécie pode impactar positivamente todo um ecossistema.
A jacutinga chama a atenção pelo seu porte imponente e plumagem característica e enfrenta sérios riscos de extinção devido à perda de habitat e à caça predatória. Sua reprodução, que ocorre em época específica do ano, é altamente dependente da disponibilidade de um ambiente estável e de baixa perturbação humana. Porém, a fragmentação das florestas tem impactado negativamente sua população, que é cada vez mais isolada em remanescentes florestais.
"No Parque das Neblinas, nós felizmente estamos presenciando o efeito reverso à degradação ambiental. A presença da jacutinga na área reforça o trabalho diário que fazemos com o objetivo de conservar o bioma, garantindo que a biodiversidade esteja protegida e tenha um habitat seguro e propício para reprodução", afirma Cleia Araujo, responsável pelo programa de pesquisas da reserva.
O registro foi feito pelos biólogos Renata Beco e Ruan Vaz, pesquisadores da Universidade do Tennessee e da Universidade de São Paulo (USP), respectivamente. Eles realizam estudos comportamentais com aves da região, utilizando estímulos vocais e visuais para avaliar respostas da fauna. Durante um trabalho de campo na Trilha da Pedra Riscada, os pesquisadores ouviram sons característicos e, ao observarem a mata, identificaram as jacutingas.
"Foi um momento muito especial, pois foi a primeira vez que vimos essa ave na natureza e sabemos da dificuldade, cada vez maior, em avistá-la. Saber que uma espécie ameaçada de extinção está por aqui, indica que o ambiente do Parque fornece condições adequadas para elas e, consequentemente, para muitas outras espécies de animais e plantas", declara Renata.
"Esse registro reforça a importância de ações de conservação de longo prazo e do investimento em pesquisa. A presença constante de pesquisadores na área não só amplia nosso conhecimento sobre a biodiversidade local, mas também possibilita descobertas que vão além de seus objetos de estudo" afirma Valeria Blos, diretora geral do Instituto Ecofuturo.
Sobre o Instituto Ecofuturo
Organização sem fins lucrativos, fundada em 1999 e mantida pela Suzano, o Instituto Ecofuturo contribui para transformar a sociedade por meio da conservação ambiental e promoção do conhecimento. Entre as principais iniciativas está a gestão do Parque das Neblinas, onde são desenvolvidas atividades de educação ambiental, pesquisa científica, ecoturismo, manejo e restauração florestal, e participação comunitária. Conheça mais sobre o Ecofuturo em ecofuturo.org.br, e acompanhe em facebook.com/InstitutoEcofuturo, youtube.com/institutoecofuturo e instagram.com/ecofuturo.
Sobre o Parque das Neblinas
Reconhecido pelo Programa Homem e Biosfera da UNESCO como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, o Parque das Neblinas é uma reserva ambiental da Suzano, gerida pelo Ecofuturo, com 7 mil hectares. No local, são desenvolvidas atividades de ecoturismo, pesquisa científica, educação ambiental, manejo e restauração florestal e participação comunitária.
Planin – Assessoria de Imprensa da Suzano
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Contato: Eduarda Lopes e Thallyta Nunes - suzano@planin.com - Tel.: (11) 2138-8949
Foto - https://mma.prnewswire.com/media/2656575/Jacutinga___Matheus_Bittencourt__4.jpg
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FONTE Ecofuturo