Aumento nos impostos sobre tabaco poderia contribuir com o financiamento de linhas de cuidado de tabagismo e câncer de pulmão, segundo Estudo do FGVsaúde, financiado pela AstraZeneca

Aumento nos impostos sobre tabaco poderia contribuir com o financiamento de linhas de cuidado de tabagismo e câncer de pulmão, segundo Estudo do FGVsaúde, financiado pela AstraZeneca

PR Newswire

SÃO PAULO, 21 de maio de 2025

Iniciativa sugere que tarifas cobradas no País sigam as recomendações da OMS e destaca modelo sustentável de financiamento para políticas de controle do tabagismo e câncer de pulmão

SÃO PAULO, 21 de maio de 2025 /PRNewswire/ -- O Centro de Estudos em Planejamento e Gestão da Saúde da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGVsaúde) lançou estudo que propõe o fortalecimento de ações antitabagismo, além da linha de cuidado de câncer de pulmão, financiados com recursos arrecadados via tributação de produtos derivados do tabaco. A recomendação é que o Brasil tribute os cigarros de forma que a carga tributária represente, pelo menos, 75% do preço de venda no varejo, e que seja atualizada de acordo com a inflação, o que poderia também auxiliar na redução do consumo. Atualmente, o imposto no Brasil é em torno de 70% e o tabagismo é responsável por 85% dos casos de câncer de pulmão, sendo o tumor mais letal no País1. Em comparação, a média em 2024 entre países membros da União Europeia, o imposto excedeu 80% do preço de varejo2.

"Alinhar a tributação de produtos nocivos à saúde com o financiamento direto de programas de prevenção é não apenas viável, como essencial para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão", defende Ana Maria Malik, médica e professora do FGVsaúde.

O estudo da FGVsaúde, e financiado pela AstraZeneca, é um desdobramento de pesquisa lançada em 2023, que propunha recomendações para construção de um sistema de saúde mais resiliente e sustentável. Uma dessas soluções era a arrecadação de recursos provenientes da tributação de produtos nocivos à saúde.

"Na AstraZeneca, temos a missão de oferecer as melhores soluções em saúde e construir parcerias que promovam equidade e acesso. Considerando a atual Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer e o cenário de subfinanciamento do SUS, reconhecemos que a alocação eficiente de recursos é fundamental para ampliar o acesso da população aos serviços de saúde, que inclui diagnóstico precoce e tratamento, e garantir a sustentabilidade do sistema público. Nesse contexto, entendemos que é importante investir na geração de dados e evidências que apoiem a tomada de decisão e contribua para a criação e melhoria de políticas públicas", comenta Olavo Corrêa, presidente da AstraZeneca no Brasil.

Detecção Precoce de Câncer de Pulmão

Atualmente, 85% dos casos de câncer de pulmão são descobertos em estágio avançado3, com taxa de sobrevida de 5,2% em cinco anos4. Entretanto, se descoberto precocemente, a taxa de sobrevida aumenta para 57,4%, podendo chegar a 92% no estágio IA15.

Para a Presidente da Aliança Contra o Câncer de Pulmão, Dra. Fabíola Perin, "investir em medidas preventivas e no diagnóstico são essenciais para criar uma abordagem abrangente e multifacetada para lidar com a doença de forma efetiva. O rastreio da doença em população de alto risco reduz em 20% a mortalidade de câncer de pulmão e quando combinado com um programa de cessação de tabagismo, chega a 38%".

Em 2024, foi publicada a primeira Recomendação Brasileira para o Rastreamento do Câncer de Pulmão, a qual estabelece que pessoas entre 50 e 80 anos, fumantes ou ex-fumantes (que tenham parado de fumar nos últimos 15 anos), e com carga tabágica de 20 anos/maço ou mais, devem realizar tomografia do tórax de baixa dosagem anualmente2, como forma de rastreio. 

Além dos efeitos sobre a saúde e a qualidade de vida, o câncer de pulmão também representa um alto custo econômico para o país. Em média, a doença gera um gasto superior a R$ 1,3 bilhão no Brasil por ano — sendo um terço dos pacientes que falecem de câncer de pulmão estão em idade produtiva6.

Metodologia

A pesquisa utilizou uma metodologia mista, com análise documental e investigação qualitativa. Foram examinados documentos nacionais e internacionais sobre a experiência de países e estados brasileiros em ações de financiamento a partir da tributação do tabaco para prevenção do tabagismo, além da linha de cuidado de câncer de pulmão.

Foram realizadas entrevistas com especialistas da saúde pública, oncologia, gestão, regulação sanitária e economia. Além disso, um workshop temático reuniu representantes de instituições públicas e da sociedade civil para discutir e validar as propostas do estudo. Essa abordagem garantiu a construção de recomendações estratégicas politicamente viáveis.

A proposta se concentra em três eixos: promoção da saúde e prevenção do tabagismo, organização de uma linha de cuidado de câncer de pulmão e estabelecimento de governança e financiamento.

A proposta está alinhada com uma resolução recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), destacando a importância de uma abordagem integrada para a saúde respiratória. O documento defende o fortalecimento de políticas públicas que combinem prevenção e diagnóstico precoce de doenças respiratórias, e novos mecanismos de financiamento. Segundo a OMS, o tabagismo foi responsável por 3,3 milhões de mortes relacionadas a doenças pulmonares em 20217, o que reforça a urgência de medidas como o aumento de impostos sobre cigarros para reduzir o consumo e financiar ações eficazes de saúde pública.

Material destinado à imprensa. BR-40701. Aprovado em maio de 2025.

Referências: 

1INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Câncer de pulmão. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pulmao. Acesso em 9/5/25. 
2Tax Foundation Europe. Cigarette Taxes in Europe, 2024. https://taxfoundation.org/data/all/eu/cigarette-taxes-europe-2024/#:~:text=Cigarette%20taxes%20are%20regressive%2C%20both,the%20EU%20tobacco%20tax%20policy. Acesso em 12/5/25.
3KONING, H. J. de et al. Reduced lung-cancer mortality with volume ct screening in a randomized trial. The New England journal of medicine, 2020.
4COSTA, G.; THULER, L. C. S.; FERREIRA, C. G. Epidemiological changes in the histological subtypes of 35,018 non-small-cell lung cancer cases in Brazil. Lung cancer, 2016, 97: 66-72. 
5TOUMAZIS, I. et al. Risk-based lung cancer screening: A systematic review. Lung Cancer, v. 147, p. 154–186, 2020.
6Estudo INSPER https://www.insper.edu.br/content/dam/insper-portal/legacy-media/2023/08/Relatorio-Nucleo-Saude-Politicas-Publicas-agosto-2023.pdf. Acesso em 9/5/25.
7 WHO: Promoting and prioritizing an integrated lung health approach.

 

Cision View original content:https://www.prnewswire.com/br/comunicados-para-a-imprensa/aumento-nos-impostos-sobre-tabaco-poderia-contribuir-com-o-financiamento-de-linhas-de-cuidado-de-tabagismo-e-cancer-de-pulmao-segundo-estudo-do-fgvsaude-financiado-pela-astrazeneca-302461948.html

FONTE AstraZeneca

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