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MASCATE, Omã e LONDRES, 15 de Março de 2016
Um navio português naufragado numa ilha remota do Sultanato de Omã em 1503 é o mais antigo navio das Descobertas a ser encontrado e cientificamente investigado por arqueólogos
O Ministério do Património e da Cultura de Omã (MPC), em colaboração com a empresa britânica Blue Water Recoveries Ltd. (BWR), anuncia a descoberta e a escavação arqueológica de um navio português que fazia a carreira da Índia, e que estava incluído na armada de Vasco da Gama com destino à Índia, em 1502-1503. O navio, que naufragou em 1503 durante uma tempestade ao largo da ilha Al Hallaniyah na região Dhofar de Omã, é o navio mais antigo das Descobertas a ser encontrado e cientificamente investigado por uma equipa de arqueólogos e outros peritos.
Os detalhes sobre o local do naufrágio, publicados hoje no International Journal of Nautical Archaeology, revelam que o navio será provavelmente a Nau Esmeralda, comandada por Vicente Sodré, tio materno de Vasco da Gama e descendente do nobre britânico Frederick Sudley, de Gloucestshire. Um site com imagens e vídeos de alta resolução da escavação também foi lançado hoje: Esmerald Shipwreck
O local do naufrágio foi inicialmente descoberto pela BWR em 1998, no 500o aniversário da épica descoberta de Vasco da Gama do caminho marítimo para a Índia, mas o MPC só deu início ao levantamento arqueológico e à escavação em 2013. Desde então, foram realizadas mais duas escavações em 2014 e 2015, com a recuperação de mais de 2800 artefactos. O projeto foi gerido conjuntamente pelo MPC e por David L. Mearns da BWR, tendo-se respeitado rigorosamente a Convenção da UNESCO para a Proteção do Património Cultural Subaquático de 2001.
Os principais artefactos, que permitiram identificar o local do naufrágio como sendo a Nau Esmeralda de Vicente Sodré, incluem:
- Um disco importante de liga de cobre, com o brasão real português, e uma esfera armilar, um emblema pessoal de D. Manuel I. - Um sino de bronze, com uma inscrição que sugere que o navio data de 1498. - Cruzados de ouro, cunhados em Lisboa entre 1495 e 1501. - Uma moeda de prata extraordinariamente rara, chamada Índio, que D. Manuel I mandou fazer especificamente para o comércio com a Índia. A extrema raridade do Índio (só se conhece um outro exemplar no mundo inteiro) é tal, que possui o estatuto lendário da moeda "perdida" ou "fantasma" de D. Manuel I.
Sua Excelência Hassan Al Lawati, consultor do Ministro de Assuntos Patrimoniais, comentou: "Este projeto é considerado como o primeiro projeto de arqueologia subaquática realizado em Omã e na região. Por esta razão, o Ministério assumiu uma abordagem pró-ativa para garantir a realização eficiente do projeto. Para tal, solicitámos a colaboração de peritos em arqueologia subaquática e respeitámos regulamentos internacionais, como por exemplo a convenção da UNESCO de 2001. Agradecemos os esforços conjuntos das entidades e dos institutos locais e internacionais que garantiram o enorme sucesso deste projeto."
"Este projeto é diferente da maior parte dos projetos arqueológicos marítimos porque nos propusemos a descobrir especificamente o local do naufrágio do navio do comandante Sodré, recorrendo ao registo de um sobrevivente e a outros registos históricos, devido à sua antiguidade e ao potencial de novas descobertas. É exatamente por isto que é extremamente gratificante ver os frutos desta estratégia, com revelações muito interessantes, apesar de estarmos numa fase relativamente inicial do levantamento de artefactos," declarou David L. Mearns, diretor do projeto.
A imprensa registada pode transferir imagens e vídeos de alta resolução em: Esmeralda Shipwreck
Blue Water Recoveries Ltd. David L. Mearns Tel.: +44- (0) 1730-858-114 Telemóvel: +44- (0) 7785-306-707
Correio eletrónico: David L. Mearns
Fonte: Oman’s Ministry of Heritage & Culture (MHC) and Blue Water Recoveries Ltd
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